18 abril 2013

noventa e dois

Ela saiu e subiu a rua sozinha. Atravessou a estrada por entre os carros sem se preocupar. Sente-se sempre protegida, de alguma maneira, na sua cidade. Sentou-se na paragem. Faltavam 8 minutos para o próximo autocarro e meia hora para o último. Afinal podia ter ficado mais tempo, mas agora pouca diferença fazia. Faltavam 4 minutos e ela nem deu conta do tempo passar. Faltavam 2 minutos quando apareceu um louco desgrenhado a falar sozinho ou com as caixas de cartão que trazia. Ela mal se apercebeu. Quando o autocarro chegou e abriu as portas foi a primeira a entrar. Os homens cederam-lhe passagem ainda que tivesse sido a última a chegar à paragem. Sentou-se num banco à janela, olhou para fora sem ver, e assim seguiu viagem.
Ao chegar a casa, sozinha, abriu a janela para o gato que apareceu a correr, miou por festas e foi deitar-se na cama. Ela deitou-se também e pensou: "ser uma mulher toda armada em forte e independente às vezes é uma merda!".



inspiração: a vida

17042013

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